Desapego e descarte: uma solução.
Passei um longo período sem postar, e hoje decidir retomar esta atividade que tanto amo, por causa de um comentário feito pela amiga Thais Helena, Thais foi minha chefe e se tornou uma grande e querida amiga.
Nesse longo período, muitas mudanças aconteceram em minha vida. Mudanças essas que vieram pra melhorar, pra ajudar a superar algumas pendências que não conseguia solucionar. Mudanças que vieram substituir coisas, pensamentos e sentimentos.
Percebi e senti na pele, o quanto é importante a gente se renovar, deixar pra trás coisas e sentimentos que insistimos em conservar. Que nos prendem, que não deixam a vida seguir em frente. Por isso a necessidade do desapego, do descarte, de jogar fora aquilo que não nos serve mais, tirar da bagagem o que pesa e não nos é mais útil, ou não nos cabe mais, porque crescemos. Não para os lados, mas para cima, na auto-estima, no amor próprio.
A minha bagagem ficou mais leve. Aceitei o que achava inconcebível, mas que não podia ser mudado. Ganhei de presente AMOR. Sim, com letra maiúscula. Amor esse que só uma mãe, que se torna avó, pode conhecer. E eu conheci... em triplo. Descobri o amor próprio. O amor que ninguém vai sentir por você, se você não descobre e reconhece o que de melhor você tem.
Descartei junto algumas "amizades". Aliás, que descobri que a amizade era unilateral... só eu via assim. Libertei-me da falsidade. Eu carregava a bagagem dos outros.
Ninguém é melhor que você. Aliás, acho que ninguém é melhor que ninguém. O que eu tenho de qualidades, tenho também de defeitos. O que vejo de defeito em mim, é qualidade em outros, assim como as virtudes. A única coisa que não temos que abrir mão, é do nosso caráter. Esse tem que ser imutável, estar acima de todas as coisas.
Descartei orgulho e vaidade. Sou muito mais humilde. Descobri que um guarda-roupa cheio de roupas novas, não me dava felicidade. Me satisfazia por algumas horas. É claro que gosto de estar arrumada, cheirosa, mas prefiro estar mais arrumada por dentro. É muito melhor, e não custa um centavo. Ao contrário, custa muito riso, muita alegria. Mas não sou de ferro não, nem fiquei dura. Continuo a mesma pessoa sensível, romântica, amiga. Só que com os pés no chão.
Flutuar de amor, sair do prumo, sentir borboletas no estômago é muito bom, mas é melhor ainda quando isso tem limite, e esse limite é você se colocar à frente. Não ficar à sombra de ninguém. Ser quem você é. Tentar eliminar o que tem de ruim, como uma roupa velha e rasgada que não serve mais pra você, nem pra ninguém. Passa a ser um pedaço de pano. Um retalho. Já foi parte de uma roupa que você achava o máximo, mas agora é só um retalho.
Esse retalho pode ser aproveitado se você cortar certinho, costurar a outros retalhos, e fazer uma bela colcha, num Patchwork. Fica linda, nova e faz um efeito. Assim a gente fica: renovado. É como reaproveitar a roupa encostada e customizar para se transformar numa roupa nova. Assim estou fazendo comigo. Separando meus pedaços de retalhos mais bonitos, juntando-os, pra me tornar uma pessoa melhor. Peguei meus cacos e e estou aos poucos jogando no lixo. Eles estavam me ferindo. A cola não era forte suficiente para sustentar os pedaços, e de qualquer forma, a aparência não mudava: os remendos eram aparentes. E eu previsível demais.
Assim é a vida: nascemos dependentes e totalmente inocentes. Ao crescer, aprendemos a brincar, a chorar e brigar pelo que queremos. Batemos os pés no chão, ou rolamos nele. Conforme o tempo passa, mudamos de atitudes, até porque não dá mais resultado bater com os pés e rolar no chão. A gente começa a aprender a conquistar a vida, os sonhos, os amores, o futuro. Nesse aprendizado, rimos e choramos diversas vezes, mas vamos crescendo e amadurecendo. Muitos ficam amargos, maldizem suas vidas, invejam as conquistas alheias, pois ao invés de fazerem suas colchas, ficam observando aquelas que o outros costuram com seu suor, cortando à própria pele, aproveitando as linhas que são muitas vezes puxadas por outros na surdina.
Estou fazendo a minha. Que façamos de nossas vidas muito Patchwork.
Desapegar, descartar, jogar fora, mudar a cara.
Essas são as regras da organização, seja da sua casa, de seu armário, de seus papéis.
Essas são as regras que regem a vida.
👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluirObrigada pelo carinho e amizade, Thais!!! 😘😘
ExcluirQuerida Gina, seus textos são sempre lindos e inspiradores. Realmente é um dom que você não pode parar. Praticar o desapego é muito importante. Vamos ficar somente com aquilo que nos faz feliz. Beijos. Marianne
ResponderExcluirSim , Marianne. É o que tenho feito dia após dia. Obrigada, amiga/irmã. Bjss
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